sábado, 1 de maio de 2010

O que ficou de nós?

O que ficou de nós?
A saudade é sempre a recordação de algo que PASSOU em nossas vidas. Mas nem sempre esse algo verdadeiramente passou... Mas sentir saudade seria apenas lembrar e ter essa lembrança guardada com um enorme carinho ou seria desejar, ainda, com todas as forças, que tudo volte a ser como um dia foi? A saudade muda com nosso estado de espírito, com o nosso humor. Mas é possível existir saudade e raiva juntas? Bom, pode não ser comum, mas foi o que senti hoje ao pensar em você. Foi uma saudade que machucou que me fez desejar seguir em frente, passar uma borracha em todas essas lembranças que desde sua partida tem sido meu refúgio, meu abrigo, mas também meu precipício. É! Foi com você um pedaço meu. Não foi um simples pedaço do meu coração ou de qualquer outra parte do meu corpo não, foi um pedaço da minha alma, da minha existência... Mas não é essa parte que no momento me falta, não é essa ausência que de fato me dói, o que machuca, o que corrói tudo por dentro é não ter você mais presente nos meus dias. É ter que fazer planos sem você. É ver que a cada dia que passa nos tornamos mais distantes, é esse retrocesso que me incomoda. Esse voltar a sermos estranhos...
Sinto vontade de gritar para ver se alguém me ouve, para ver se você me ouve e volta, para ver se essa dor passa, se essa ferida sara... Para ver se consigo me sentir novamente livre, pois ainda sinto-me presa aos seus encantos, aos seus planos, ao mundo que criamos para nós, mundo este que por um motivo que eu ainda não conheço (ou não aceito) você desistiu. Mundo que desabou quando você partiu.
Vazio, vazio, vazio, vazio... É só isso que vejo a minha volta. É isso que me revolta. Não posso mais te querer (também não sei se ainda te quero), mas não consigo parar de pensar em você, de querer entender o porquê de você está feliz longe de mim.
Como pode tudo ter se acabado assim? Era tudo tão nosso, tudo tão incompreensível aos olhos dos outros e tão natural aos nossos, como pode ter sumido sem deixar rastros, sem deixar marcas em você?
Que raiva!Que saudade... Que falta você me faz!
Hoje a tua felicidade me incomodou, hoje eu não queria lhe ver bem... Sei que é egoísmo meu. Mas hoje, só hoje queria lhe ver sofrendo, sentindo a saudade e a dor que esmaga o meu peito. Queria ver suas as lágrimas derramadas por minha ausência e seus soluços desesperados pedindo minha volta. Só para que eu pudesse lhe dizer que não foi Eu quem partiu, mas sou eu quem agora não sabe mais se quer ficar...Que tuas dúvidas e incertezas fizeram de mim alguém que sofre por estar longe e por estar perto também.Que esse motivos somados ao meu ORGULHO feminino me obrigam a seguir, mesmo que minha alma permaneça te seguindo, meus pensamentos te pertencendo, meu corpo te chamando... Mesmo que sendo de outro eu continue sendo tua e que eu passe a minha vida alimentando a ilusão de que “fomos feito um pro outro” mesmo assim eu seguirei em frente. E hoje só por hoje eu queria ver o seu sofrimento por ter feito essa escolha. Hoje queria ver você se arrepender, pela vida toda, por ter desistido de nós... Por ter feito novos planos sem mim. É!Sei que tudo isso é puro egoísmo, mas só assim poderíamos recomeçar...

Emanuella Rachel

Um comentário:

  1. Chelzita... muito forte esse texto. É me já me senti assim algumas vezes, acho q é a descrição, desabafo de um sofrimento em lindas palavras. Acho q esse egoísmo é assumir o que se pensa de verdade, especialmente, quando existe a ferida. É claro, que nesse momento vc fala de uma coisa triste... a saudade em seu aspecto homicida (kkkkk com direito a exagero, mas é assim q se sente, como a morte), mas acredito q a saudade tem fases, etapas, ou mesmo idades e com o passar do tempo ela deixa de ser desejo, deixa de ser raiva e passa a ser lembrança e aí a história será superada e aí a felicidade encontrará porta de entrada.

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